quinta-feira, 10 de maio de 2012

Associação dos Amigos do Arquivo Público do Pará promove curso de Gestão de Documentos

A Associação dos Amigos do Arquivo Público do Estado do Pará e a FACCIO - Consultoria e Serviços Educacionais promovem de 9 até 11 de maio o curso de Eliminação de Documentos, ministrado pela Professora Doutora Ana Célia Rodrigues, coordenadora do curso de Arquivologia da Universidade Federal Fluminense. O Curso faz parte do projeto “Preservação, Conservação e Acesso”, desenvolvido pela Associação dos Amigos do Arquivo Público do Estado do Pará e com patrocínio da Petrobras.

Ao longo destes três dias, no prédio do Arquivo Público do Pará, funcionários do Arquivo e de outros órgãos do passarão por uma atualização sobre o Programa de Gestão de Documentos, descobrindo não apenas modos mais seguros de descarte de material documental, mas também métodos mais efetivos de guardas dessa documentação desde a sua produção e tramitação até a chegada aos arquivos de forma segura, guardando documentos que precisam ser preservados e eliminando outros.

Para a Professora Ana Célia Rodrigues, infelizmente, o conceito de Gestão de documentos não abarca os Arquivos Permanentes, pois, de acordo com convenções arquivísticas, quando esta documentação se torna permanente já está provada o seu valor de guarda. Porém são os Arquivos Públicos que têm a responsabilidade de coordenar procedimentos de gerência de documentação que serão continuados por outros órgãos do Estado: “Cabe aos Arquivos Públicos acompanhar a produção da memória do Estado, afinal são esses documentos que sustentam direitos e deveres do cidadão”, afirma.

 Ainda para a professora, a eliminação de documentos sem critérios é um problema comum em todo o país, tendo como principal desculpa a obstrução do espaço físico. Um exemplo desta falta de percepção do que deve ou não ser guardado foi a eliminação de um volume substancial de cartas que a prefeitura de Santos, em São Paulo, recebeu quando elegeu seu primeiro representante diretamente depois de décadas de intervenção federal, uma mulher do Partido dos Trabalhadores.

“Isso mexeu com o imaginário da população, que teve pela primeira vez uma mulher de um partido de esquerda como governante. Quando todo este volume foi descartado, muito dos anseios, reivindicações e vontades daquela sociedade da época que estava registrado foi perdida”, lamenta Rodrigues.

Com a reunião de representantes de diversos órgãos do governo, o curso também foi uma oportunidade para discutir a situação atual dos arquivos distribuídos pelas inúmeras secretarias e autarquias no Pará, além de visualizar o panorama da realidade destes na atualidade no Brasil.

Antonio Pacheco Neto - Ascom Arqpep

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