quarta-feira, 14 de março de 2012

Aniversário do Arquivo Público do Pará terá programação especial para crianças e adolescentes.

Fundado em 16 de abril de 1901, o Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) completa neste ano 111 anos de funcionamento. Para comemorar a data, o Arquivo suspenderá o atendimento aos pesquisadores que diariamente vem até o seu centenário prédio para pesquisar no acervo de aproximadamente 4 milhões de documentos para realizar uma série de atividades que privilegiará, principalmente, crianças e adolescentes, formando e estimulando novos pesquisadores.

A programação iniciará com a abertura, que contará com a apresentação de músicos da Fundação Carlos Gomes. Na ocasião também será lançado um concurso de redação para alunos de sexta a nona série do ensino fundamental tendo o Arquivo Público como tema.

Logo após, e durante todo o dia, o Arquivo Público estará aberto para as crianças. Para elas, os contadores de história do Grupo Cirandeiros da Palavra, formado pelos contadores Andrea Cozi, Juracy Siqueira e Sonia Santos percorrerão os espaços do APEP contando um pouco das histórias que estão presentes no vasto acervo da instituição. As crianças ainda terão atividades pedagógicas desenvolvidas pela arte educadora Cilene Nabiça. Utilizando jogos de memória e exercícios com folhas ativas, o objetivo dessas atividades é trabalhar a percepção visual das crianças com a forma e conteúdo, utilizando imagens iconográficas e cartográficas presentes no acervo do APEP. 

Também será feita uma simulação de pesquisa com as crianças, como se ela fosse um pesquisador a procura de informações no Arquivo Público, estimulando nas crianças o processo de leitura e interpretação.

Para os adolescentes, o fotógrafo Bob Menezes ministrará uma oficina nos horários da manhã e tarde. Durante a oficina, que utilizará a fotografia digital como aporte, ele usará o próprio espaço físico do Arquivo Público como personagem e tema das fotografias produzidas.

Antonio Pacheco Neto - Ascom APEP/Arqpep

sexta-feira, 2 de março de 2012

Projeto resgata Documentação Avulsa no Arquivo Público do Pará.

Prestes a comemorar 111 anos de existência, o Arquivo Público doEstado do Pará é reconhecidamente uma das maiores instituições arquivísticas brasileiras, sendo prestigiado  pela UNESCO com o selo “Memória do Mundo/Memory of the World – MOW”, pelo seu trabalho com a guarda da documentação do período colonial da Amazônia (1649 – 1823).

Dentro do seu acervo, que recebe visitas de pesquisadores do Brasil e do Mundo, estão importantes documentos e iconografias como a ata da adesão do Pará à independência, os documentos da administração do diretor Emílio Goeldi no Museu Paraense e da administração do interventor Magalhães Barata. Porém, quais outras preciosidades se escondem no seu centenário prédio?

Em duas salas no Arquivo Público estão guardados 1663 pacotes, alguns em avançado estado de deterioração e todos sem nenhuma identificação. Dentro destes pacotes estão documentos que percorrem quase quatro séculos de história do Estado.

Agora, através do Projeto "Preservação, Conservação e Acesso: proposta de tratamento técnico da documentação avulsa do Arquivo Público do Estado do Pará", desenvolvido pela Associação dos Amigos do Arquivo Público do Estado do Pará (Arqpep), e com patrocínio do Programa Petrobras Cultural, este precioso acervo, denominado de “Documentação Avulsa” finalmente recebe a devida atenção.

O projeto está sendo coordenado pelo historiador Leonardo Torii e pela restauradora Ethel Soares, que encaram o trabalho de identificar, higienizar e recuperar todo este volume de documentação para finalmente disponibilizá-lo para o acesso do público em geral.

“O principal desafio é a identificação deste material, pois é comum em um mesmo pacote encontrar documentos dos séculos XVIII, XIX e XX, de origens e fundos diferentes”, explica Torii.

Ainda de acordo com os coordenadores do projeto, este acúmulo de documentação sem a devida catalogação e tratamento é fruto de décadas de descaso com arquivos tão importantes como ocorrências policiais e boletins médicos que foram direcionados para o Arquivo Público e não receberam nenhum tipo de atenção, sendo apenas envelopados e colocados em prateleiras.

Para Ethel Soares, é preciso conscientizar o público que o patrimônio histórico é mais do que apenas prédios e monumentos. “Se mesmo com edificações já há casos notáveis de descaso com o patrimônio imagine com documentos, que é algo muito mais fácil de deteriorar e ainda não é encarado pelo grande público como algo que deve ser preservado”.

Os trabalhos de arquivologia do projeto estão sendo feito com as mais modernas técnicas aplicadas atualmente em grandes instituições, como o Arquivo Público do Estado de São Paulo e Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. Em janeiro deste ano foi realizado um curso de atualização para todos os funcionários e servidores do APEP ministrado pela Profa. Dra. Ana Célia Rodrigues, coordenadora do curso de Arquivologia da Universidade Federal Fluminense.

Com os trabalhos iniciados em janeiro deste ano, e ainda na primeira das quatro etapas do projeto, alguns documentos importantes já foram encontrados dentro de pacotes como os “Autos de Liberdade”, que fazem parte do processo de remoção dos restos mortais do maestro Carlos Gomes.

A previsão de conclusão do projeto é de dois anos. Até lá, o que mais poderá ser encontrado dentro desses pacotes que sobreviveram ao passado só o futuro dirá.

Antonio Pacheco Neto - ASCOM APEP / Arqpep